OCUPAÇÃO FEMININA

 CRISTINA SUZUKI - NÉLE AZEVEDO


"Interesso-me por padrões de diferentes naturezas. Extraio estes padrões de conceitos sociais que são senso comum e de modelos/formas criadas por diferentes culturas. Também pesquiso as possibilidades de reprodutibilidade e por alternativas de ‘pulverização’ do trabalho de arte, transitando entre a gravura, a fotografia, o objeto, a instalação, desenho digital e o vídeo."

..."o monumento mínimo celebra a força política do efêmero e do diminuto, em oposição ao monumental e grandioso: opta pelo homem anônimo, cujo rosto pode ser tão diverso quanto a temporalidade que o anima. Se os homens de gelo nos comunicam a inevitável solidão diante do grande e do institucional que por vezes nos engole, também falam, para esperança nossa, do poder de multiplicação do mínimo."...


De acordo com a mitologia romana o mês de maio foi nomeado em homenagem a deusa grega Maya identificada como a deusa da fertilidade, talvez pela primavera no hemisfério norte; é também o mês das noivas e do dia das Mães e quem sabe por isso ele se associe tanto com o feminino. A exposição que é aberta este mês coincidentemente tem como tema OCUPAÇÃO FEMININA. 

OCUPAÇÃO FEMININA traz duas interpretações: a ocupação diária que trata da "tarefa feminina" entendida ao longo dos anos, aqueles clichês que são as tarefas domésticas, as "profissões femininas" como enfermeira, professora, cozinheira, diarista, assistente social, as prendas do lar, para citar algumas. Uma outra interpretação de OCUPAÇÃO é aqui apresentada como o entendimento de ocupação artística ou cultural e trata-se do apoderar-se ou tomar posse de um espaço de modo a transformá-lo em espaço expositivo ou de atividade artística e cultural e é nesse aspecto que reunimos essas duas artistas para pensar o termo OCUPAÇÃO FEMININA e trazer as suas propostas contemporâneas.


Os trabalhos apresentados conversam em muitos pontos:

o uso do padrão, modelo ou clichê - seja um carimbo ou um molde de escultura, subverte a ideia de obra original de modo que qualquer um pode reproduzir a obra;

o questionamento dos modelos e clichês adotados socialmente;

a reprodutibilidade técnica - tem como um dos efeitos a pulverização da obra de arte e a interação do público com o fazer e o criar artístico, criando uma convivência artística;

a interação - que propõe uma ação pública e cria uma nova obra a cada apresentação; 

a apresentação multimídia - os trabalhos se desdobram em novas propostas expositivas, aumentando a circulação da arte, sua pulverização;

a ocupação - que transforma um lugar e tempo comuns em uma experiência estética, a obra é o processo.


A mostra Ocupação Feminina traz obras conceituais, onde as artistas apresentam ideias bem distintas, a maioria delas apresentadas em espaços culturais, galerias e ou em espaços urbanos (ruas, paredes, praças, muros, escadarias), CRISTINA SUZUKI e NÉLE AZEVEDO fazem desses espaços suportes  que realizam diretamente seus trabalhos -  OBRA, ESPAÇO, OCUPAÇÃO, INTERVENÇÕES e INSTALAÇÕES, PROCESSOS.

A OCUPAÇÃO FEMININA hoje, seja artística ou do mercado de trabalho em geral, impõe muitas vezes o peso da dupla jornada, do acúmulo de tarefas e da remuneração inferior, mas confronta com a realidade da excelência daquilo que é realizado, ainda que sob tais condições.

Mostra completa nas postagens das artistas aqui no blog e vídeo YouTube:




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