OBRAS - INTERPRETA POESIA E ARTE

 

  

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SALA ESPECIAL - PAULO SAYEG

Sorte de quem morreu?

Desenhar é escrever e ver fugir uma história na calada da noite, li o Hai kai do Leminski e desenhei fugindo dele que em um momento de fúria e socos vaidosos trocados e ai para se livrar o desenho te faz fugir do defunto que nenhuma vergonha ou lembrança guarda, e só a macumba responde corre que o fantasma te pega porem é só mais um só que em forma de palavra. 





Alessandra Vetorazzi

A partir do verso “a linha, uma vida inteira” o trabalho foi desenvolvido com o pensamento de que cada um de nós tem uma linha, um caminho. Ao longo desta vida, nos relacionamos com outras linhas, outras pessoas, com tudo que está ao nosso redor, com corpos ou com as sombras deles. Estas marcas ficam impressas em nossa pele, formando uma cartografia de afetos. 






Alexandre Xavier

Durante a pandemia, deixei antigos hábitos de lado. Houve um bloqueio, não sei. Só sei que me era impossível realizar atividades que antes as fazia como que se fizessem parte de meu ser.
Então, como que espontaneamente, passei a desenhar escutando uma palestra, uma conferência, um vídeo. Passou a ser meu novo hábito. E era minha terapia.
Mas os desenhos, além da quantidade excessiva, também eram diferentes dos antigos. O modo que se formavam era outro. Antes, me vinha uma ideia e a colocava no papel. Durante a pandemia, não havia uma ideia, um propósito, uma sequer linha premeditada. Em minha mesa, defronte ao computador, colocava um dos vídeos e, com um papel à minha frente, dançava com um lápis, fácil de apagar, sem pensar. Aliás, pensando no que era dito no vídeo, mas sem ligar o conteúdo de um com o outro. Eram rabiscos livres, soltos, Girava a folha rabiscada nos 4 lados várias vezes e só onde via uma forma, um caminho, ia adiante nele. Muitos desenhos não deram em nada pois não encontrei um rosto, um pedaço de um corpo. Em outros, encontrei e fui naquela direção. A partir de algo que se me mostrava eu seguia adiante. Determinei, sim, as ferrametas: os lápis hb e 6b, os lápis de cor verde e rosa e canetas nanquim - 0.2, 1.2 e mais grossa.





Barbara Cristina

EXPERIMENTO REALIZADO PARA PROVOCAR OS SENTIDOS. Utilizando a linguagem híbrida para falar sobre a vida e o movimento constante de existir. O vídeo tem a intenção de levar o movimento, o cotidiano, o subjetivo e a urgência. A fala que se sobrepõe, significa e ressignifica as palavras de Paulo Leminski.

 



David Willian

A obra "sem título" foi produzida a partir de duas frases encontradas no poema, a primeira: Vim pelo caminho difícil. 
Proponho uma relação com minha trajetória de vida, e os caminhos por onde trilhei.
Contextualizando para o nosso atual momento, sinto que estamos nesse caminho árduo com incertezas e dificuldades sociais. Particularmente gosto muito mais do caminho do que da chegada.
A segunda frase: A linha que nunca termina.
Simbolicamente associei a linha artística desenhada, conectei com os desenhos lineares do Gauguin, Picasso e os desenhos de uma linha só, do contemporâneo Salventius.  
Percebi que nesse poema a palavra é uma imagem. Fui motivado por esse sentimento, de desenhar com as palavras, mas que não se transformassem em uma poesia concreta, e sim uma linha tridimensional. A linha que se transforma em seu próprio caminho que nunca termina. 
Parte da minha poética introduzir garrafas em meus trabalhos e nesse não foi diferente.
Garrafa com o elemento água traduz a finitude das coisas e as transformações do tempo. Propondo uma ambivalência entre o finito e infinito, a vida e a morte, a palavra e a imagem, a poesia vista e a pintura falada, ler e ver.
Nessa perspectiva trabalhei com a composição fotográfica e a distribuição dos elementos afim de despertar nos apreciadores novos olhares para a própria escrita. 






Helder Alves

Busquei pensar o trabalho criativo a partir da frase "a palavra quebra uma esquina". No contexto interpretei como a possibilidade de desviar das "pedras", das dificuldades e mesmo da monotonia. "A linha uma vida inteira, palavra, palavra minha"; este último trecho põe nas mãos do artista o poder de mudar seu presente e seu futuro quando quebra uma esquina e escolhe o caminho, e ressoa com a estratégia de um faixa preta do judô. Considerei ainda o aspecto transgressor e vanguardista do autor que experimentou e trilhou por muitas formas de manifestação artística. Há um consenso que as atuais tecnologias, web, hiperlinks, gifs, seriam abundante matéria-prima para aquela mente tão ousada.







Helen Quintela

Arte que se opõe ao concreto armado 

Colorido que se opõe ao neutro 

Orgânico que se opõe ao figurativo 

Vida que se opõe ao findado.

Linhas e palavras de uma vida inteira.






Henrique Gei

Obliteração é o ato ou efeito de desaparecer uma ou mais coisas, pouco a pouco, até que dela não fique nenhum vestígio. A obra consiste em uma composição tentacular que simboliza o efeito que o aquecimento e a acidificação dos oceanos causa tanto aos recifes de corais como às espécies marinhas existentes. O branco presente na composição junto com ecossistemas do mar será a representação desse vazio, esse nada que constantemente se torna parte do meio.




Jenis Barcelar 

A obra surge da pesquisa da interconectividade que se faz presente em tudo. Ao explorar a relação dos micélios - conjunto de hifas em grandes fungos - com toda a natureza, nasce a criação de uma poética. Essa relação se forma a partir da minha constante busca e junção de fragmentos para construir um todo. Pensando sobre a interação de vida, morte e memória, uso das linearidades para criar uma imagem poesia, ao produzir pontos de ramificações e interações tão grandes quanto a palavra.


Título: Linha em Ocupação, 2021
Escultura em algodão, planta seca, papel vegetal, acetato e luz.
20,5 x 29,5 x 1,0 cm





Juju Conocchiari

Uma linha é formada por vários pontos unidos. Linhas que se transformam em formas, que se transformam em pensamentos, conhecimentos, descobertas, teorias e conclusões. 
E assim segue a Matemática, a Arte e a Natureza unidas, como numa dança de formas perfeitas.

Título:"Quem não for geômetra não entre!"
Técnica: Fotografia





Leila Doro

Lendo o poema a interpretação foi acontecendo.
Vir, sempre ter as escolhas em minhas mãos, nascer para os vários caminhos e linhas da vida, escolha do Caminho. (Livre arbítrio.)
A linha bate na pedra e sofre desvios, a linha vazia é um recorte no tempo para pensar, escolher e absorver. Caminhar a  linha de uma vida e no final, Recolher a palavra minha.
Trabalhar com papel já é a minha preferência, estou acostumada a pensar em aquarela, cores, luz e sombras. Mas em uma das muitas vezes em que li o poema me veio à mente "O Grito" de Munch, e eu me deixei levar por esse processo na criação. 
O resultado, Colagem, aquarela, carvão colorido, lápis aquarelável e pastel conté.
A partir do momento que eu fiz uma relação do poema com "O Grito" e depois, a um fim de tarde de outono abafado e uma sensação depressiva de fim. O papel preto como fundo do trabalho já ficou definido.
Desenhando foram surgindo linhas em espiral e fui buscar o seu significado no google. 
Significados: "A espiral em forma dupla significa o nascimento e a morte e a alternância Yang e Yin."
"A simbologia mais forte dessa imagem e que mais me interessou, seria a da jornada da alma até o ponto central da espiral e, então, o retorno até o exterior"

Título:  Vim

Vir à Vida,

luz, poesia, errância.

Título: Caminho

Caminhar,  linha interminável,

rastros.

Título: Recolhe

Recolher' luz e vida, minhas palavras,

bagagem.




Lika Silva

E no caminho sempre temos luz e escuridão...e na escuridão sempre se tem uma luz de um dia melhor.
Viver com transtorno de depressão e ansiedade é conviver com dias de luz e dias de escuridão.
Caminhar sempre para ter dias melhores...nunca deixar de caminhar para que a escuridão não tome conta.



Lucila Rodrigues

Experimentações da linha em suporte bidimensional fazendo uso de materiais secos.

As possibilidades do Vazio
A Essência, as infinidades, as possibilidades.
A Construção e a Destruição
Liberdade, Repulsa, Fragmentos, Libertação
Vazio, Infinidades
Dentro ou Fora?

Semente Cósmica é a busca de uma alma/mente/ emoção que esvaziou-se (ou não completamente) das amarras impostas por si mesma. Num mergulho profundo, descobriu que a Linha poderá costurar, emendar, tecer novas tramas regadas de aceitação e gentileza. No entanto, é preciso colocar a linha na agulha da vida, olhar para um novo tecido, e num piscar de olhos, perceber o lindo algodoeiro que era, a Luz recebida, as mãos que o transformaram. E assim, reiniciar calorosamente com serenidade e brandura, afeto que nutre e alimenta. 

Mazé Malu

A proposta da Tabique digital para a 2ª edição foi um poema de Leminski e a partir dele ler, interpretar e criar um trabalho através da Arte.
A ideia deste trabalho foi selecionar alguns trechos do poema, os quais a artista se identifica.
 “Vim pelo caminho difícil”, já que as coisas não caem facilmente nas mãos de quem não nasceu em berço de ouro, “a palavra quebra uma esquina”, quantas vezes nessa caminhada da vida, seja na infância, adolescência ou na fase adulta ouvia palavras que não gostaria de ouvir. Surgem os primeiros “nãos”, como: “espera”, “não há vagas”, precisa de experiência”, “precisa dirigir”, “precisa de disponibilidade de horário”, entre outros, “a palavra quebra uma esquina, mínima linha vazia".
Para esta edição, fotografias performáticas foram criadas e a artista selecionou duas delas que farão parte da exposição.

Título: Será o fim da linha?

Título: Ninguém disse que seria fácil.


Marcela Buscariolli

Investigação das linhas da vida, a casa, e das linhas da vida, a natureza, como se interceptam e se unem. Como as linhas concretas e efêmeras se encontram, como o inanimado e o vivo se integram e se modificam criando novas linhas que transformam a vida.

Título da Obra: Semente Cósmica
Linha de algodão sobre tule, 64cm x 33cm.





Miguel Degello

Centradas na LINHA infinita e vazia, de uma vida inteira que nunca termina, e, na letra “P” que remete tanto ao nome do Poeta, quanto ao “P” de Palavra (a palavra do poeta).

Aquarela e acrílica sobre papel Canson 


Carvão, lápis Conté e pastel Conté sobre folha de papel kraft



Naomi Lustosa

A obra Livro Aberto de Mim é resultado de uma investigação a partir do questionamento de quais e como são as minhas linhas internas. Busco retratar por meio de um poema, das linhas que o cobrem e daquelas que estão por trás, como seria se uma outra pessoa pudesse me ver dentro de um símbolo de início, meio e fim: o livro. 

Título: Livro Aberto de Mim, 2021
Intervenção em livro com papel, tecido, tinta e caneta
20,7 x 12,1 x 2,5 cm





Rose Villen

O conceito da obra se refere às palavras que são ditas aquelas que se guarda, as que se calam e até mesmo as que tem que ser ocultadas e por questões inúmeras não podem ser ditas. A comunicação se faz verbal e não verbal . Um gesto, um olhar e até a falta deles nos diz tanta coisa. Minha figura principal, sim, é uma mulher, representa o feminino a força de todas mulheres que resistem, persistem e insistem apesar dos dias atuais difíceis onde estamos perdendo direitos e oportunidades e em alguns casos até mesmo a dignidade. A obra está em movimento para lembrar-nos que ciclos iniciam, terminam e dão espaço a outros ciclos que hão de vir, assim somos efêmeros e sempre abertos a novos começos. 

Título: Linhas e palavras



Roseli Di Martino

As imagens geométricas, construídas em aquarela, pretendem sugerir caminhos justapostos e/ou sobrepostos, em que as cores buscam fazer referência às emoções e narrativas diversas da vida. O trabalho acrescentado com linha têxtil, em áreas iluminadas, têm a intenção de indicar as idas e vindas, limites, superação, encontros e desencontros para a "composição" da narrativa de cada um. A composição geometrizada pretende realçar a relação de P. Leminski com a poesia/arte concreta brasileira.

Título: Escolhas



Título: Poema



Sueli Bomfim

Tempestade
Linha que traça, onde meu olhar observa.
A importância da existência. Entre cessar, evaporar, retornar, cursando seu ciclo de vida.
Aquarela monocromática realizada no papel com dimensões: 29 x 17 cm
Efetuada posteriormente por processos de digitalização.








Zeca Del Bueno

A poesia escolhida  me chamou a atenção logo no início, quando o poeta fez uso das palavras, Caminho Difícil, fez pensar na minha própria condição de cadeirante, e tantas vezes tive de fazer uso das palavras para explicar o óbvio para os administradores da cidade, sobre o direito de ir e vir com liberdade.
O Conceito da obra surge na árvore do pensamento a  palavra como semente, uma nova narrativa surge então,  que se ramifica e cria a comunicação, as letras e suas possibilidades  facilitadoras do entendimento, de uma idéia que brota se expande e ramifica e também morre como as línguas antigas.

Título: Caminho difícil
Edição de fotografia, vetorização e colagem digital
Tamanho 40 cm x 50 cm



Titulo: Árvore do conhecimento
Fotografia, edição digital e vetorização
Tamanho de cada imagem 50 cm x 50 cm 



Titulo da obra: Mandala das linguas
Fotografia, edição digital e vetorização
Tamanho de cada imagem 50 cm x 50 cm 



Comentários

  1. Parabéns a todos participantes desta expo virtual, com obras incríveis e repletas de significados que nos fazem viajar pelo mundo tanto das PALAVRAS quanto das Artes Visuais !

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    1. Obrigada pelo apoio. Nós agradecemos a sua visita virtual. Equipe @tabiquedigital 🤩

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  2. Parabéns a todas e todos envolvidos no projeto. Em uma sociedade doente como a que vivemos, a arte é um dos remédios.

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    1. Obrigada! Nós agradecemos a sua visita virtual.
      Equipe @tabiquedigital 🤩

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  3. Parabéns a todos artistas.
    Um especial ao amigo Zeca Bueno

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    1. Muito obrigada pela visita virtual!
      @Zeca e a @tabiquedigital agrademos o apoio.😍😉

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  4. Que exposição linda, forte, rica em recursos e conceitos! Estou emocionada com tanta boniteza, utilizando aqui um adjetivo muito empregado por Paulo Freire para externar minha emoção com o trabalho desenvolvido por cada artista dessa exposição. Muito obrigada!!! Parabéns ♥️

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    1. Obrigada Lila pela presença e o apoio! ❤
      #UMVivaESPECIAL para o mestre Paulo Freire ❣


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  5. Que belissimo trabalho, meus parabens. Abracos do amigo Rodrigo Gomes S. Andre sp

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