TRINCA URBANA - ALEX FLEMMING
Confira ao final uma entrevista exclusiva com o artista e clique nas imagens para ampliar.
Alex Flemming (São Paulo SP 1954). Frequenta o Curso Livre de Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, entre 1972 e 1974, e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP até 1976. Cursa serigrafia com Regina Silveira e Júlio Plaza, e gravura em metal com Romildo Paiva, em 1979 e 1980. Na década de 1970, realiza filmes de curtas-metragens e participa de festivais. Em 1981, viaja para Nova York, onde permanece por dois anos e desenvolve projeto no Pratt Institute, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation. Volta ao Brasil onde participa de várias exposições, viajando frequentemente a Berlim, para onde se muda permanentemente em 1991. É professor da Kunstakademie de Oslo, na Noruega, entre 1993 e 1994. Em 1998, realiza painéis em vidro para a Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, com fotos de pessoas anônimas, às quais sobrepõe letras coloridas de trechos de poemas brasileiros. A representação do corpo humano e os mapas de regiões em conflito estão na série Body Builders (1997-2002). Em 2002, são publicados os livros "Alex Flemming", pela Edusp, organizado por Ana Mae Barbosa, e "Alex Flemming, uma poética...", de Katia Canton, pela editora Metalivros; em 2005 o livro "Alex Flemming - Arte e História", de Roseli Ventrella e Valéria de Souza, pela Editora Moderna; em 2007 "Alex Flemming - Obra Gráfica" por Mayra Laudanna pela Edusp; e em 2012 "Alex Flemming" de Angélica de Moraes pela editora Cosac Naify; em 2016 “Alex Flemming - RetroPerspectiva” Ed Martins Fontes, catálogo da retrospectiva no Museu de Arte Contemporânea MAC/USP e em 2017 “Alex Flemming” Belo Horizonte, catálogo da retrospectiva no Palácio das Artes em Belo Horizonte com curadoria de Henrique Luz.
ENTREVISTA COM O ARTISTA
1. O que acha que permanece em seus trabalhos que já era uma preocupação do início da carreira?
“O Corpo Humano. Para mim o Homem (entendido como Homem&Mulher, ou seja, como raça humana) é o centro do Universo. Tudo só vale a pena se tivermos consciência, percepção e certeza disso. Não adianta as cataratas do Iguaçu se não houver alguém lá para perceber a sua beleza e força.”
2. Como foi a história do mosaico instalado na estação Prefeito Daniel de Santo André?
“Fui convidado a elaborar um projeto artístico para a Estação e resolvi executá-lo em forma de mosaico, uma das mais antigas e belas formas da expressão artística. Quis fazer o projeto retratando a conversa entre pessoas a partir de uma pintura de minha Série Cabeças. Como não tinha experiência com os materiais, contratei um ótimo profissional chamado Sergio Secches, que trabalhava na época junto à fábrica Vidrotil e ele executou a obra. Um enorme louvor a ele.”
3. Dos trabalhos enviados para Tabique Digital, faça uma breve apresentação sobre a série Apocalipse? Qual foi o projeto?
“Na Série Apocalipse eu quero lembrar a todos que tudo passa e tudo acaba. Mesmo as coisas mais importantes e que imaginamos eternas, como nossas cidades, que amamos tanto, e seus monumentos: Notre Dame em Paris, Taj Mahal em Agra, ONU em Nova Iorque, a Catedral em Brasília.”
4. Qual poderia ser o caminho para abrir um desenvolvimento cultural no país que pudesse seguir paralelo com a formação educacional?
“Educação livre, gratuita, obrigatória e universal. Volto a repetir: Educação livre, gratuita, obrigatória e universal. Uma vez mais: Educação livre, gratuita, obrigatória e universal.”
5. Assumiria um cargo num conselho de cultura no governo?
“Não. Minha função na sociedade é fazer Arte. Darei mais contribuição para meu país mostrando o que eu sei fazer.”
6. O que você acha das exposições virtuais?
“Eu pessoalmente não gosto pois acho que a experiência em estar frente a frente olho a olha com Arte é insubstituível.”
7. Comente, qual é o seu ponto de vista sobre a tecnologia?
“Todas as tecnologias podem ser eventualmente aproveitadas para a expressão artística. O caso mais antigo, e óbvio, foi a fotografia.”
8. Flemming é um conjunto de técnicas, intervenções, instalações, pinturas, apropriações de objetos, fotografia, muita pesquisa, poesia e 100 % arte. Sabemos que para o artista classificar um trabalho como "o mais importante" é difícil, mas dentre todas as suas produções artísticas existe algum que te marcou muito, por quê?
“É claro para mim que toda minha produção é um fluxo único e de certa maneira indissociável. Mas, claro, algumas obras têm mais repercussão que outras e, dentre as obras públicas, a Estação SUMARÉ do Metrô de São Paulo é a que se tornou mais conhecida.”
9. Como você classificaria o momento da arte atual que vivemos? Percebe alguma ruptura?
“No momento atual obviamente não há rupturas e sim aprofundamentos tanto de técnicas como de linguagens.”
10. A arte pública é muito presente em suas obras, qual frase você deixaria para refletir sobre esse tema?
“Eu gostaria muitíssimo de realizar muito mais obras públicas. Por enquanto, aos 68 anos de idade, consegui concretizar 3: a Estação Prefeito Daniel em Santo André, a Estação SUMARÉ em São Paulo e a fachada da Biblioteca Mario de Andrade, também em São Paulo. Gostaria (e tenho projetos) de realizar muito mais, mas a verdade é que obras públicas dependem de uma teia infinita de fatores que vão desde a questão política até as peculiaridades intrínsecas de construção da obra. Mas antes de morrer eu espero ainda fazer mais algumas obras públicas pelo Brasil afora”
OBRAS NESTA MOSTRA
(na sequência apresentada no início)
“A
BANANEIRA”
“A
SOLIDÃO”
“AULA
DE NATAÇÃO”
“RETRATOS
INVISÍVEIS" 1998
"RETRATOS
INVISÍVEIS" 2018
"SÉRIE APOCALIPSE" 2017
"SÉRIE APOCALIPSE" 2017
"SÉRIE APOCALIPSE" 2017
"SERIE
BODY BUILDERS " 2001
"SERIE
BODY BUILDERS" 2002
"SERIE BODY
BUILDERS" 2002
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